A Peugeot aproveitou a sua ida a Le Mans para nos deixar um presente. Não, não foi uma vitória do 9×8 mas antes uma recordação do passado de olhos postos no futuro.
O novo leão movido a electrões é o E-208 GTI, que assim vai buscar uma sigla com muita tradição na Peugeot. O 205 GTI foi o primeiro modelo saído de Sochaux com a mítica sigla, inaugurando uma linhagem que teve continuidade no 206 e primeira geração do 208. Agora, o 208 GTI está de volta mas, desta vez, é alimentado a electrões.
Está à altura da herança?
Nos últimos tempos, surgiram várias propostas de pequenos desportivos eléctricos. O Mini Cooper SE John Cooper Works e o Alpine A290 são dois distintos exemplos disso. A Volkswagen continua a prometer um ID2 GTI mas tarda em chegar ao mercado. Entretanto, a Peugeot em vez de promessas entregou mesmo um GTI.
A plataforma e-CMP que dá origem ao E-208 GTI já recebe outros dois membros do clube dos hot-hatch eléctricos, o Alfa Romeo Junior Veloce e o Abarth 600e. Contudo, o representante da marca do leão é o mais potente dos trio da Stellantis. São 280 cv e 346 cv às rodas dianteiras que levam o E-208 GTI dos 0 aos 100 km/h em apenas 5.7 segundos, menos 1 do que o Mini Cooper SE John Cooper Works. A velocidade máxima está limitada a 180 km/h.
Números bastantes simpáticos e que fazem do E-208 GTI o mais rápido dos 0 aos 100 entre todos os Peugeot que ostentaram a sigla GTI.

Nem só de potência vive um GTI
Os números prometem um E-208 GTI bastante despachado mas, na hora de o parar, também é preciso um reforço. É por isso que a Peugeot equipou o mais desportivo dos E-208 com discos de travão de maior diâmetro, 335mm nas rodas da frente. As pinças de travão são pintadas a vermelho, como manda a lei nos hot-hatches.
As jantes de 18″ são evocativas do 205 GTI 1.9 e a sigla GTI em tamanho grande e a vermelho no centro das jantes servem para ninguém se esquecer de que modelo se trata. O piscar de olhos ao 205 GTI não se fica só pelas jantes. No interior, encontramos detalhes em vermelho, a mesma cor da risca no meio dos bancos desportivos, tal como acontecia com 205 GTI 1.9. O tablier tem um efeito tipo malha, a fazer lembrar o do 205 GTI 1.6.

Contudo, a Peugeot não quer que o E-208 GTI seja apenas um exercício de estilo e as mudanças não se ficam por um pouco mais de potência e uns autocolantes a condizer. Para fazer jus ao nome que carrega, o E-208 GTI conta ainda com um diferencial LSD, a suspensão foi ajustada para um setup mais desportivo, conta também conta barra anti rolamento traseira e, finalmente, a direção foi ajustada para ter um feeling mais directo e desportivo.
Por fora, há ainda mais algumas alterações de detalhe. Face ao E-208 mais civil, o GTI é 30 mm mais baixo, 56 mm mais largo à frente e 27 mm atrás. Conta ainda com um spoiler de maiores dimensões na parte de trás.

Bateria também com melhorias
Uma vez que falamos de um veículo eléctrico aqui, não podemos deixar de mencionar a bateria e a autonomia. Em relação ao que já conhecemos da gama E-208, o GTI também traz novidades neste capítulo.
O pack de baterias aumenta a capacidade dos 48.1 kWh para 54.0 kWh o que, segundo a Peugeot, permite brincar com o E-208 GTI durante cerca de 350 km antes de termos de fazer uma paragem num carregador. Para fazer face à previsível condução mais exigente, a Peugeot diz que o GTI tem um sistema de refrigeração da bateria mais eficiente, para ajudar com a autonomia.
Para carregar, tal como na restante gama, suporte carregamentos de 11 kW em corrente alternada e de 100 kW em corrente contínua. A esta potência, o pequeno GTI eléctrico carrega a bateria dos 20% aos 80% em meia hora.
Já tem preço?
Ainda não, mas as estimativas da Peugeot para França rondam os 42 000 €. Portanto, podemos esperar que o E-208 GTI vai custar algures entre os 42 000 € e os 45 000 €.
Para o encomendar, é preciso esperar pelo próximo ano. O Peugeot E-208 GTI está à venda a partir do início de 2026.