Um dos, senão o maior, entraves à massificação dos carros eléctricos é o seu preço. Embora os preços continuem a descer, o custo das baterias e o investimento necessário para novos projectos torna os eléctricos ainda inacessíveis a uma boa parte dos potenciais compradores. Assim, muitos fabricantes decidiram começar por apostar em segmentos mais altos para justificar mais facilmente os preços elevados e garantir melhores margens. Juntamente com a apetência do mercado por SUVs e Crossovers, não tardaram a surgir em massa veículos deste tipo de generosas dimensões.
Contudo, nenhum outro ambiente assenta também a carros eléctricos como o ambiente de cidade. As viagens são mais curtas, as travagens mais frequentes ajudam na regeneração e a autonomia são largamente beneficiada. A facilidade de carregamento é maior e não têm as trepidações de um Diesel ou gasolina, não vão abaixo. Mais importante ainda, as pessoas nas cidades agradecem não ter de respirar gases de escape do trânsito.
É o ambiente ideal para pequenos citadinos eléctricos. As opções escasseavam mas, felizmente, a tendência está a inverter e são cada vez as opções de pequenos citadinos 100% eléctricos e cada vez mais acessível. Escolhemos quatro com comprimento até quatro metros para poderem caber em todo o lado facilmente. Quer dizer, ainda abrimos a porta a um “intruso” mas já lá vamos.
1 – Mini Cooper E / Mini Cooper SE

O novo Mini Cooper é o primeiro Mini pensado de raiz para ter versões eléctricas. A geração anterior chegou a ter o Cooper SE mas só no final da sua vida. A Mini já decidiu que o seu futuro é eléctrico e, nesta geração, convivem motores térmico e eléctricos mas a aposta nos electrões é clara.
O novo Mini Cooper mede apenas 3858mm e está disponível em dois sabores: Cooper E e Cooper SE. O primeiro está disponível desde 34 800€ e acresce mais 4000 € para as versões equivalentes no SE.
O Cooper tem 184cv e 300km de autonomia combinada, valores que sobem para 218cv e 400km no Cooper SE. Os carregamentos não são muito rápidos, apenas 75kW e 95kW de potência máximas mas, como as baterias não são muito grandes (36.6 kWh e 49.2 kWh), consegue-se uma carga rápida de 10% a 80% em apenas 30 minutos.
A nova geração do Mini eléctrico está muito mais competitiva e oferece mais do que a geração anterior. O preço de entrada também está mais baixo e continua a ser tão giro ter um Mini. E continua a ser muito prático em cidade.
2 – Renault 5 E-Tech

É o recém chegado do grupo! Tão recém chegado que ainda nem está à venda. Não está, mas não deve tardar. A versão final do Renault 5 E-Tech foi apresentada o mês passado em Genebra e foi muito bem recebida.
Tem apenas 3920mm de comprimento e 2540mm, o que o coloca ao nível de outros segmento B maiores em termos de entre-eixos e habitabilidade interior. Está disponível em três versões com 95cv, 120cv e 150cv. As duas primeiras versões têm 300km de autonomia, valor que sobe para 400km no de 150cv. A versão de entrada não tem sequer carregamento rápido, enquanto que as versões mais potentes têm até 80 kW e 100 kW, respectivamente.
Ainda não há preços anunciados, mas a Renault tem feito bandeira dos 25 000 € para a versão de entrada. Com o Megane E-Tech a começar agora nos 32 000 €, a versão de topo do Renault 5 deverá ter o preço até esse limite.
Certo é que o novo R5 foi muito bem recebido e a lista de pré-reservas é grande. Deverá invadir em força as ruas das cidades por essa Europa fora. Ah, e traz um porta-baguetes. Não fica muito melhor do que isto.
3 – Dacia Spring

O Dacia Spring foi o primeiro citadino eléctrico na Europa e acaba de ser renovado. Com a concorrência a oferecer cada vez mais opções, o pequeno citadino romeno teve um restyling e melhorou substancialmente o interior.
O Spring continua a ser o carro eléctrico mais barato do mercado mas também o mais básico. A pequena bateria de apenas 25 kWh úteis dá para 220km de autonomia, o que não permite aspirar a grandes aventuras fora da cidade. É lá que os seus 3734mm se sentem mais à vontade pois com apenas apenas 45cv na versão Essential 45 e 65cv na versão Extreme 65, também não foi pensado para corrida. Aliás, os 19,1 segundos dos 0 aos 100km/h da versão menos potente não dão para ter grandes pressas.
É no preço que o Dacia Spring tem o seu maior argumento. Apenas 20 400 € para a versão Essential 45 tornam-no facilmente no eléctrico mais acessível à venda no nosso mercado. Com mais 1 500 € já se tem acesso aos 65cv daversão Extreme 65. É um argumento tão forte que foi suficiente para colocar a Dacia no top 10 das marcas com mais eléctricos vendidos em Portugal no ano passado, com apenas um modelo.
4 – FIAT 500e / Abarth 500e

O FIAT 500e é o mais pequeno dos utilitários eléctricos nesta lista com apenas 3631mm. É também o que o que tem mais variantes disponíveis. O pequeno citadino italiano está disponível no tradicional formato hatchback mas também em cabrio e até num original 3+1 com uma porta traseira extra.
Todas as versões de carroçaria têm disponíveis um pack de baterias de apenas 24 kWh combinado com um motor de 95cv ou, em alternativa, uma opção de 42 kWh combinada com um motor de 118cv colocado no eixo dianteiro.
Os 190km de autonomia da versão menos potente não deixam dúvidas: o FIAT 500e está pensado para a cidade. O conjunto de 42 kWh e 118cv permite estender um pouco mais o passeio, com 330km de autonomia Carregamentos rápidos permitem, respectivamente, potências máximas de 50kW e 85kW.
Se isto não for suficiente, o 500e também está disponível com o tratamento da Abarth, em hatchback e cabrio. O escorpião sobe a potência para os 155cv e o pack de baterias tem um valor intermédio, 37.7 kWh que dão para 255km de diversão.
O mais acessível dos FIAT 500e começa nos 28 000 € mas, para ter a bateria maior, são precisos 34 000€. O cabrio acrescenta 3 000 € e a porta extra do 3+1 são 3 200€ a mais. Quanto ao Abarth, começa nos 38 030 €.
5 – Citroën ë-C3

O novo Citroën ë-C3 é o intruso desta lista. O mais recente modelo da marca do double chevron é um citadino eléctrico de pleno direito mas… excede muito ligeiramente o limite que metemos de 4 metros. São mais exactamente 4010mm de comprimento mas, como é apenas 1cm, vamos aceitá-lo neste “clube dos 4 metros”. Fica na tolerância, vá.
E era uma pena deixar de fora o ë-C3 porque é um dos mais interessantes citadinos eléctricos do mercado. Primeiro, pelo preço: por apenas 23 300 € temos acesso à versão YOU, o que o coloca como o eléctrico mais barato do mercado, à excepção do Dacia Spring. Contudo, em relação ao Spring, o pequeno gaulês oferece muito mais. A bateria é de 40 kWh úteis e dá para 330km em ciclo combinado. O motor de 110cv é bastante mais despachado e traz ainda carregamento rápido dignos desse nome. É possível carregar o ë-C3 em DC até 100kW de potência.
Por enquanto, o Citroën ë-C3 está apenas disponível com esta opção de motorização. Mais tarde, chega a “obrigatória” versão com 400km de autonomia. A Citroën promete também uma versão ainda mais acessível até 20 000 €.
O actual conjunto de motor e baterias tem duas opções disponíveis: YOU e MAX. A primeira, como já vimos, é a versão mais acessível que nem sequer um rádio traz. No seu lugar, está um suporte para smartphone com NFC e ligação bluetooth às colunas do carro. A versão MAX custa mais 4 500 € mas já traz um sistema de infoentretenimento completo com um pequeno ecrã ao centro.