Chega este ano com duas versões
A Porsche prometeu e hoje foi o dia. O novo Porsche Macan eléctrico mostrou-se ao mundo com versões que começam nos 400cv e podem ir bem acima dos 600cv. Ou, melhor dizendo, simplesmente o novo Macan porque eléctrico aqui é redundante. As versões a gasolina ficaram para trás e a nova geração apenas é movida a electrões.
A primeira geração do Macan teve uma longa carreira, 10 anos no mercado e abandonou muito recentemente a União Europeia – não por causa das emissões mas por não cumprir o regulamento de cyber segurança actual… Entretanto, tornou-se o modelo mais vendido da Porsche e, por isso, é uma decisão no mínimo ousada do construtor alemão em passá-lo para versões exclusivamente eléctricas.
Contudo, olhando para as vendas, pelo menos em Portugal, já no ano passado o Taycan representou quase 25% das vendas de novos Porsche. Um número que vai ser certamente bem inflaccionado com o novo Macan.
ADN Porsche
De fora, não há dúvidas, o Macan é um Porsche. O ar de família é claro, não é difícil reconhecer linhas semelhantes ao Taycan e outros elementos comuns ao resto da gama, tais como os faróis traseiros. O interior também não engana e aparenta ter toda a qualidade que se espera de um Porsche. Nota positiva para o facto de o interior parecer… o interior de um Porsche. Em vez de seguir a tendência minimalista de um ecrã central e mais nada, a Porsche criou um cockpit envolvente, à maneira clássica.
Em termos de multimédia, o Macan estreia um nível de integração entre o sistema operativo da Porsche e o Android Automotive e Apple Car Play. Agora, é possível ver informações destes sistemas (tais como rotas de GPS) no painel de instrumentos, como se de aplicações nativas se tratassem. No entanto, para usar o planeador de rota ou o sistema de pré-aquecimento das baterias, é preciso utilizar o sistema de navegação nativo da Porsche.
E por falar em multimédia, não faltam ecrãs no novo Macan. Podem ser até três, ao todo. Um com o painel de instrumentos em frente ao condutor com 12.6″, um central com 10.9″ e ainda há outro, opcional e do mesmo tamanho, para o passageiro. Contudo, o ar condicionado tem direito aos bons e velhos comandos físicos.
Mas tudo isto perde importância se o Macan não for capaz de entregar números à altura do emblema que tem no capot. Só que o novo Porsche não vacila neste ponto. Para a estreia, são duas versões, ambas com dois motores e quatro rodas motrizes: o Macan 4 e o Turbo. O 4 vem com 408cv, 8 a mais do que o actual Macan Turbo. Suficientes para levar o Macan 4 dos 0 aos 100 km/h em apenas 5.2 segundos.
Contudo, se os números do 4 já se aproximam do actual Turbo, o novo Macan Turbo pulveriza estes valores. São 584cv “normalmente” mas que podem chegar aos 630cv com o uso do Launch Control. Mais impressionante ainda são os 1130 Nm de binário que devem chegar para pôr a Terra a girar de novo se ela decidir parar… Haja pneus para isso! Toda esta artilharia faz com que o Macan Turbo demore apenas 3.3 segundos dos 0 aos 100 km/h. Ou seja, apenas mais 0.1 segundos do que o 911 GT3 RS.
Nova base a estrear
Tudo isto assenta na nova plataforma PPE (Premium Platform Electric) que serve também de base ao primo Audi Q6 e-Tron, quase, quase a chegar. Claro que a Porsche diz que seguiram caminhos separados de desenvolvimento e que cada um deles a afinou mais de acordo com as suas necessidades. Ou seja, no caso do Macan, a aposta maior é no comportamento dinâmico, enquanto a Audi terá privilegiado o conforto. Se essa diferença se faz sentir na prática, só quando tivermos os dois lado a lado.
O motor traseiro é colocado numa posição muito recuada, para garantir uma distribuição de pesos 48/52 e assim melhorar o comportamento dinâmico. O motor traseiro é diferente nos 4 e no Turbo, o que explica a diferença de potência. O dianteiro é comum a ambos.
Esta plataforma suporta arquitectura de bateria de 800V, o que permite ao Macan carregar em corrente contínua até 270 kW. Isto permite-lhe cargas rápidas de 22 minutos apenas para ir dos 10% aos 80% da bateria. Interessante também é que num posto de carregamento de 400 volts, a bateria pode “dividir-se” em dois módulos separados, permitindo um carregamento eficiente de até 135 kW. Em casa, carrega até 11 kW AC.
Quanto a autonomia, o Turbo promete até 592km no ciclo combinado WLTP. Estes números sobem um pouco no Macan 4 para 613 km, valores bem interessantes.
Já está à venda
A Porsche não perdeu tempo e o novo Macan já pode ser configurado e encomendado. Começa nos 86 793 € para o 4, enquanto que a factura do Turbo é de, pelo menos, 118 846 €.
As primeiras entregas, contudo, só devem acontecer na segunda metade do ano