O consumo é um dos pontos principais para quem compra um carro. Pelo menos para a larga maioria das pessoas que compra um carro é assim. Os consumos são um dos principais componentes dos custos de utilização de qualquer veículo. Num veículo eléctrico não só é importante perceber como é calculado mas ganha também particular importância entender o conceito de autonomia.
Comparado com um carro a combustão, a autonomia de um eléctrico é ainda inferior e demora mais tempo a “abastecer”. Por isso, convém entender como é medida a autonomia e consumos.
Autonomia WLTP
Num veículo eléctrico, a autonomia é a distância que este é capaz de percorrer com uma carga completa da bateria. Expressa-se em km (quilómetros).
WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure) é o padrão utilizado na União Europeia para homologar a autonomia de veículos (sejam eléctricos ou a combustão). Existem vários testes dentro do WLTP (por exemplo, consumo em cidade) mas utilizamos o valor combinado, é o valor mais habitualmente referido pelos fabricantes. Existem outros padrões utilizados pelo Mundo, como por exemplo, o EPA nos Estados Unidos e o CLTC na China. O primeiro costuma ser mais exigente que o WLTP e o segundo segue o caminho inverso.
No Batterya, nas nossas fichas técnicas, referimo-nos sempre à autonomia combinada medida segundo o ciclo WLTP. Os consumos podem-se medir de diferentes maneiras. Por exemplo, pode ser considerado o ciclo em cidade, o qual permite medir valores de autonomia superiores. Os eléctricos têm o seu melhor desempenho em ambiente urbano. Já em auto-estrada, a regeneração é muito menor e os consumos a velocidades mais elevadas são também mais altos, por isso um ciclo medido em auto-estrada terá uma autonomia total inferior.
Como nem todos os fabricantes disponibilizam valores para todas as condições, optamos por mostrar todos os valores de autonomia para o ciclo combinado WTLP, o qual simula uma utilização mista e mais varaida para uma carga. Deste modo, todos os modelos podem ser comparados em igualdade de circunstâncias.
Valores reais mais baixos do que os homologados
É mais ou menos senso comum que os valores homologados pelos fabricantes são sempre inferiores aos valores reais. Isto deve-se a uma série de factores e variáveis que os testes nem sempre conseguem reproduzir.
Por exemplo, a temperatura ambiente tem um papel importante nisso. O frio é inimigo da autonomia e, por isso, à medida que a temperatura baixa, os consumos diminuem. O estilo de condução também um papel importante na autonomia e até os pneus utilizado ou o relevo do percurso vão influenciar estes valores.
Em relação à temperatura, normalmente os valores ideais para obter o máximo de autonomia possível são à volta dos 20ºC. O frio tem o maior impacto na autonomia real de um carro eléctrico. A 20ºC, o valor da autonomia pode ser até 10% a 15% acima do previsto. A 10ºC o valor da autonomia será semelhante ao previsto e vai perdendo eficiência à medida que a temperatura desce. A 0ºC a perda de autonomia é na ordem dos 20%, valor que sobe para 40% nos -10ºC e pode chegar aos 50% a -20ºC. Em sentido inverso, o impacto é menor. A 40ºC a bateria perde aproximadamente 20%.
Contudo, à medida que a tecnologia evolui, tem-se notado resultados cada vez mais próximos entre os previstos pelos fabricantes e os verificados em ambiente real.
Consumo
Nos carros com motor de combustão interna, estamos habituados a falar de consumos em termos de “litros aos 100 km” (L/100), isto é, o número de litros gastos para percorrer 100 km. Se forem americanos, terão ouvido falar em “milhas por galão” (MPG), ou seja, o número de milhas que um carro é capaz de percorrer com um galão de combustível.
No caso dos veículos elétricos, o consumo é habitualmente expresso em Wh/km ou kWh/100. Os Wh/km indicam o número de Wh que o carro consome para percorrer 1 km. Já os kWh indicam o número de kWh que o carro consome para percorrer 100 km. Estas duas medidas equivalem-se numa razão de 10 para 1.
Quer isto dizer que um carro que consuma 140 Wh/km corresponde a 14 kWh/100 km. Ambas as formas de medir são frequentemente utilizadas por fabricantes e imprensa. É normal encontrar um fabricante a exprimir o consumo em Wh/km e outro em kWh/100.
No Batterya optamos por utilizar sempre kWh/100. A razão prende-se por uma questão de coerência – a capacidade das baterias é sempre expressa em kWh e assim mantemos o mesmo múltiplo de unidade para tudo. Além disso, todos os utilizadores de carros estão familiarizados com os consumo em L/100. Assim é mais simples fazer uma correspondência directa para calcular custos de utilização.